Para o presidente, Brasil precisa também debater sobre se gasto público está sendo “bem feito”; “eu acho que está”, opinouPresidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto, em BrasíliaPresidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto17/06/2024REUTERS/Adriano Machado
O presidente Lula pediu nesta quarta-feira (26) que se discuta sobre se há de fato necessidade de cortar gastos públicos no Brasil ou se o ajuste deve ser realizado através da arrecadação.
“Problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou aumentar a arrecadação. Precisamos fazer esta discussão”, disse em entrevista ao UOL, quando questionado sobre medidas para reduzir despesas.
Ainda nesta conversa, o petista mencionou supostas manchetes de jornais que indicam gastos excessivos do governo federal e apontam patamar elevado da dívida pública. Segundo o presidente, esses apontamentos “não são verdade”.
Na sequência, Lula mencionou o patamar da dívida de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — o clube dos países ricos —, que ultrapassa a casa dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB).
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A dívida brasileira fica na casa dos 74% do PIB, indicou o presidente. Há um debate sobre países desenvolvidos carregarem maior capacidade de endividamento devido a estabilidade de seus contextos macroeconômicos.
Para o presidente, contudo, o Brasil precisa de fato debater sobre se o gasto público está sendo “bem feito”. “Eu acho que está”, opinou. Lula mencionou análise que o governo pretende implementar sobre estes pagamentos.
A CNN mostrou ontem (25) que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acredita que serão realizadas até 800 mil perícias presenciais no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e no Benefício por Incapacidade Temporária (o antigo auxílio-doença) ainda neste ano.
Nos cálculos do Instituto, este movimento pode resultar em economia de R$ 600 mil por mês — que totalizaria R$ 7,2 bilhões em um ano. Essa estimativa considera que cerca de metade dos benefícios estejam sendo pagos equivocadamente (uma espécie de média neste tipo de avaliação).