Fuad Shukr comandou ataque nas Colinas de Golã que matou duas crianças e deixou 74 feridos
Por AFP — Beirute, Líbano
Anciãos drusos acenam para drusos sírios do outro lado da fronteira com Israel, enquanto se reúnem para protestar contra o ‘uso político’ de sua aldeia após a morte de doze jovens na aldeia de Majdal JALAA MAREY/AFP
Israel realizou nesta terça-feira, 30, um bombardeio em Beirute no qual afirma que matou o comandante do movimento libanês Hezbollah Fuad Shukr, que responsabilizou por um ataque letal recente nas Colinas de Golã.https://deaa75d386eb4415644de532baf2c073.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html?n=0
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Segundo o Ministério da Saúde libanês, o ataque matou três civis, dois deles crianças, e deixou 74 feridos.
“Os aviões de combate da força aérea de Israel eliminaram o comandante militar de mais alta patente da organização terrorista Hezbollah e chefe da sua unidade estratégica, Fuad Shukr, na zona de Beirute”, anunciou o corpo armado.
Shukr foi o responsável pelo ataque do último sábado “no qual 12 crianças morreram depois que o Hezbollah disparou um foguete iraniano diretamente contra um campo de futebol no norte de Israel”, declarou o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari.
“Fuad Shukr era o braço direito de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e seu conselheiro no planejamento e na direção de ataques e operações”, acrescentou Hagari, afirmando que Shukr era “um terrorista de alto nível, que tinha o sangue de israelenses e muitos outros em suas mãos”.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou o que chamou de “agressão flagrante” e “ato criminoso”, e pediu que a comunidade internacional pressione “para obrigar Israel a deter sua agressão e suas ameaças”.https://deaa75d386eb4415644de532baf2c073.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html?n=0
O Irã, que apoia o Hezbollah, considerou o ocorrido “uma ação implacável e criminosa da gangue criminosa sionista”.
Israel e Estados Unidos responsabilizaram o Hezbollah pelo bombardeio de sábado na cidade de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, o que o grupo libanês (aliado do movimento islamista palestino Hamas) negou.
‘Vingança proibida’
Daniel Hagari afirmou que o Exército de Israel quer evitar um conflito maior com o Hezbollah, mas que está preparado “para qualquer cenário”. “As agressões contínuas e os ataques brutais do Hezbollah arrastam o povo libanês e todo o Oriente Médio para uma escalada maior.”
“Preferimos resolver as hostilidades sem uma guerra mais ampla, mas as FDI estão totalmente preparadas para qualquer cenário”, ressaltou Hagari, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.
Os líderes drusos da cidade de Majdal Shams indicaram, no entanto, que rejeitam qualquer resposta, devido à doutrina que rege sua comunidade, cuja religião vem do islã.
“A tragédia é imensa”, afirmaram. Mas, uma vez que a doutrina drusa “proíbe o assassinato e a vingança em qualquer forma, rejeitamos o derramamento de sangue sob o pretexto de vingar os nossos filhos”, acrescentaram.
Desde que a guerra começou em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, os enfrentamentos entre o Exército israelense e o Hezbollah na fronteira entre Israel e Líbano são quase diários.
Um civil israelense morreu nesta terça pela queda de um foguete no norte do país, informaram os serviços de resgate, e o Exército afirmou que respondeu a uma série de projéteis lançados do Líbano.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou nesta terça-feira “preocupação com a crescente ameaça de conflito generalizado em toda a região” e “pediu veementemente a todas as partes e à comunidade internacional que trabalhem urgentemente para reduzir as tensões”.
Várias companhias aéreas, incluindo a Air France e a alemã Lufthansa, suspenderam seus voos para Beirute.
Retirada de Khan Yunis
Na Faixa de Gaza, o Exército israelense continuou com sua campanha de bombardeios contra o Hamas, que Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram uma organização terrorista.
As localidades de Khan Yunis e Rafah, no sul da Faixa, bem como o campo de deslocados de Al Bureij, no centro, e a Cidade de Gaza, no norte, foram alvos de bombardeios aéreos e disparos de artilharia.
Desde 22 de julho, as forças israelenses realizam uma operação na área de Khan Yunis, que até agora deixou cerca de 300 mortos, segundo a defesa civil de Gaza.
A guerra em Gaza começou quando milicianos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.https://deaa75d386eb4415644de532baf2c073.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html?n=0
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou pelo menos 39.400 pessoas na Faixa de Gaza, também civis em sua maioria, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.