Para presidente venezuelano, uma “versão deturpada” de suas declarações teria provocado tensão com o Tribunal brasileiroPresidente da Venezuela Nicolás Maduro em Caracas13/4/2024 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Luciana Taddeoda CNNEnviada especial a Caracas
O presidente Nicolás Maduro afirmou neste sábado (27) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil “se incomodou” com o que qualificou como uma “versão deturpada” do que falou sobre o voto em diferentes países do mundo.
A afirmação foi feita em um ato para o qual o corpo diplomático no país foi convidado. A embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, esteve no evento, mas a CNN não confirmou se a diplomata estava presente no recinto durante a fala de Maduro.
Ao defender que o sistema eleitoral venezuelano é “o mais seguro” do mundo, o presidente venezuelano voltou a falar do Brasil. Na semana passada, ele havia dito que os votos no Brasil não são auditados.
“O sistema eleitoral venezuelano é o sistema mais seguro que se conhece. Dezesseis auditorias. Que ninguém se incomode no mundo, porque esses dias disse em relação a um país e se incomodaram”, disse Maduro, afirmando que o Tribunal Eleitoral do Brasil “se incomodou” com uma “versão deturpada” de sua fala que segundo ele foi publicada no Brasil. “Mas eu disse uma verdade. Onde fazem 16 auditorias? Em nenhum lugar”, complementou.
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A fala acontece na véspera da eleição presidencial deste domingo (28) e durante a visita do assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, à Venezuela, para acompanhar o processo eleitoral.
Assim que chegou a Caracas, na noite desta sexta (26), o ex-chanceler se reuniu com o chanceler venezuelano Yván Gil, que qualificou o diálogo como “cordial”. Neste sábado, ele encontrou com Jorge Rodríguez, presidente do Legislativo venezuelano e chefe da campanha de Maduro para essas eleições. Rodríguez é um dos nomes fortes do chavismo e um dos principais articuladores do governo com a comunidade internacional.
Amorim também se reuniu com Gerardo Blyde, chefe dos negociadores da oposição venezuelana com o governo para a assinatura do Acordo de Barbados, no final do ano passado.
Também esteve na agenda um encontro com integrantes do Centro Carter, organização para a promoção da democracia fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, que já acompanhou diversos processos eleitorais da Venezuela e é observador do pleito deste domingo.
O assessor de Lula ainda se reuniu com José Luis Zapatero, ex-primeiro ministro da Espanha, e Leonel Fernández, ex-presidente da República Dominicana.