A manifestação fez parte de um movimento nacional que ocorre simultaneamente em diversas cidades do Brasil
Nayandra Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Militantes e apoiadores do movimento VAT (Vida Além do Trabalho), criado pelo vereador carioca Rick Azevedo (PSOL), se reuniram na avenida Autaz Mirim, zona Leste de Manaus, na manhã desta sexta-feira, 15/11, para protestar contra a escala 6×1 e a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a redução da jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais.
A manifestação fez parte de um movimento nacional que ocorre simultaneamente em diversas cidades do Brasil, com o objetivo de mobilizar a população e as figuras políticas em apoio à proposta.
A PEC, de autoria da deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), busca reformar a jornada de trabalho para garantir mais tempo de descanso e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. A proposta visa combater o desgaste físico e emocional, muito comum nas escalas de trabalho, como a 6×1, onde os trabalhadores têm apenas um dia de descanso a cada seis dias trabalhados.
Impacto na qualidade de vida e saúde
Durante o protesto, a ativista política Vanda Witoto destacou a importância da manifestação para os trabalhadores, enfatizando os impactos negativos da escala 6×1 na saúde e na vida familiar.
“Essa escala imposta sobre nós, trabalhadores, impacta profundamente nossa qualidade de vida. Vemos um índice altíssimo de pessoas com burnout, doenças desenvolvidas no trabalho, além do estresse. Para nós, mulheres, essa escala é um massacre, pois nos obriga a deixar nossos filhos com pessoas desconhecidas, colocando em risco a segurança e o bem-estar de nossas crianças. A redução da jornada é crucial para garantir a saúde física e mental dos trabalhadores”, afirmou Vanda.
Ela ressaltou ainda que, com mais tempo de descanso, os trabalhadores seriam mais produtivos, já que “o corpo humano não é uma máquina”. Segundo Vanda, o descanso adequado é essencial para garantir a saúde e a produtividade no trabalho.
O movimento cultural e a luta contra a exploração
A manifestação também contou com a participação de Pinheira da Silva, artista e professora, que expressou sua solidariedade ao movimento e a importância de acabar com a Escala 6X1. “Quando penso nos meus pais, vejo a importância desse movimento, que não é só para sobreviver, mas para viver com dignidade. A Escala Cisprão afeta todos, principalmente os mais velhos e os jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Não faz sentido essa exploração”, afirmou Pinheira.
O Maracatu Pedra Gatada, um grupo de manifestação afro-brasileira, também esteve presente, com Marcelo Rosa falando sobre a relevância de sua participação.
“A escala 6×1 afeta principalmente pessoas pretas que trabalham nessa jornada. Isso é um reflexo do pior momento da história, a escravidão. O Maracatu está aqui para somar, porque nossa cultura é também uma forma de resistência”, explicou Marcelo.