Comentaristas Carlos Eduardo Mansur e Marcelo Raed analisam recente trajetória do treinador
Por Ronald Lincoln — Rio de Janeiro
Relembre a campanha do Flamengo até a final da Copa do Brasil!
Desde que deixou a carreira de jogador para assumir a função de técnico, a trajetória de Filipe Luís no Flamengo tem sido marcada por mudanças repentinas e uma constante necessidade de adaptação. É possível dizer que o treinador é um dos protagonistas da caminhada rubro-negra até a decisão da Copa do Brasil, cujo segundo jogo será realizado neste domingo, às 16h, na Arena MRV. Mas para chegar à final ele teve de ser flexível e lançar mão de um repertório certeiro.
O ex-lateral-esquerdo começou a temporada no comando do time sub-17 do Flamengo para ter possibilidade de se desenvolver na nova função. Ainda como jogador, ele teve acesso a conhecimentos de escolas distintas do futebol ao trabalhar com Diego Simeone, Mourinho, Jorge Jesus, Tite, entre outros. Filipe Luís admite se inspirar no melhor de cada mestre, mas reivindica o próprio estilo, um que seja capaz de se encaixar aos desafios que se apresentam.
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Filipe Luís à beira do campo pelo Flamengo — Foto: Marcelo Cortes / CRF
– Ele começa o ano no sub-17 e implementa um estilo de jogo que, imagino, seja seu favorito: construção com 3 defensores, preenchimento do campo com muitos jogadores no ataque e busca do ataque no espaço vazio, que é próximo do que vemos no Flamengo hoje. Assim ele é campeão estadual sub-17 e começa o Brasileiro da categoria – analisou o comentarista Marcelo Raed.
Até que em junho, o técnico campeão da Libertadores sub-20, Mario Jorge, aceitou uma proposta do futebol árabe e deixou o clube. Filipe Luís foi promovido com a responsabilidade de disputar, em poucos dias, o Intercontinental da categoria
No Maracanã, o Flamengo conseguiu a virada sobre o Olympiacos da Grécia para ficar com a taça. Quatro jogadores que entraram na segunda etapa participaram dos dois gols do time. Caio Garcia fez o primeiro e ajudou a retomar o controle do meio campo. Jean Carlos, Adriel e Felipe Teresa construíram a jogada do gol do título, em lance que passou de pé em pé e envolveu a defesa grega.
– E aí eu acho que é a primeira grande sacada dele: sem tempo pra conseguir mudar a forma da equipe jogar, ele percebe que precisa ganhar o Mundial e coloca um sistema mais próximo do que fazia o antecessor, Mário Jorge, defendendo em bloco mais baixo, usando os dois laterais na construção desde o sistema defensivo, com um jogo de muita transição e força. É um início muito promissor do Filipe, mas num recorte ainda muito pequeno – completou Raed.
Quatro meses depois de chegar ao sub-20, Filipe Luís se viu diante de um novo desafio. Ele assumiu o comando do Flamengo em meio aos dilemas de um baixo rendimento da equipe, a responsabilidade de substituir Tite, a necessidade de recuperar nomes importantes do elenco, como Gabigol, e o desafio de manter o time no páreo para conquistar ao menos um título de expressão na temporada.
Filipe Luís e Gabigol após o segundo gol do Flamengo contra o Atlético-MG — Foto: André Durão
Até o momento, Filipe Luís comandou o time principal em oito jogos e somou cinco vitórias. Embora o recorte de análise ainda seja pequeno, os três jogos da Copa do Brasil – semifinal contra o Corinthians e o jogo de ida da final contra o Atlético-MG – são exemplos positivos do repertório do treinador.