Ação promovida pelo MEC busca formar cursistas indígenas e compor o ensino em escolas de diversos municípios
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio da Ação Saberes Indígenas na Escola (Asie), promovida pelo Ministério da Educação (MEC), realizou a cerimônia de abertura do curso de formação para cursistas indígenas dos municípios de Careiro da Várzea, Manaquiri, Beruri e Careiro da Várzea, nesta terça-feira (29/10). O evento aconteceu na Escola Normal Superior (ENS), localizada na avenida Djalma Batista, 2.470, Chapada.
A ação conta com uma equipe de 80 cursistas indígenas, que receberão aulas até o dia 30 de outubro visando articular a formação e desenvolvimento de material didático para compor o ensino e conhecimento em escolas que façam parte de contextos indígenas em diversos municípios do Amazonas.
O pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. Dr. Fábio Carmo, representando o reitor da UEA, Prof. Dr. André Zogahib, destacou a importância da formação e falou sobre futuras possibilidades em mais formações indígenas na universidade. “Essa parceria vem trazendo frutos importantes para a UEA desde seu surgimento. A vontade da universidade é de realmente fazer essa capilaridade, de levar esse curso para outros municípios e continuar formando e levando conhecimento”, destacou o pró-reitor.
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A Prof.ª Dra. Célia Bettiol, coordenadora institucional do Saberes Indígenas – Núcleo UEA, falou sobre a dedicação dos cursistas em chegarem até a cidade de Manaus para receber as aulas. “A UEA se abre a isso com carinho e com compromisso. Tenho certeza que nós teremos uma produção muito boa e que, no final, será destaque. Nossa equipe é muito boa, nossa parceria é comprometida. Que esses dois dias sejam de muito aprendizado”, destacou Bettiol.
Sobre a Asie
Criada em 2013 e coordenada no âmbito da CGPEI, a Ação Saberes Indígenas na Escola integra o Eixo Pedagogias Diferenciadas e Uso das Línguas Indígenas do Programa Nacional dos Territórios Etnoeducacionais, instituído pela Portaria MEC nº 1.062, de 30 de outubro de 2013, e fomenta a formação continuada de professores indígenas que atuam na Educação Escolar Indígena. É desenvolvida em regime de colaboração com os estados, o Distrito Federal, os municípios e as Instituições de Ensino Superior (IES), de cada Território Etnoeducacional, e baseada nos princípios da especificidade, da organização comunitária, do multilinguismo e da interculturalidade.
A Asie tem como objetivos específicos oferecer recursos didáticos e pedagógicos que atendam às especificidades da organização comunitária, do multilinguismo e da interculturalidade que fundamentam os projetos educativos nas comunidades indígenas; oferecer subsídios à elaboração de currículos, definição de metodologias e processos de avaliação que atendam às especificidades dos processos de letramento, numeramento, conhecimentos dos povos indígenas, contemplando as dimensões da interculturalidade, do bilinguismo/multilinguismo e da pluralidade epistêmica; e fomentar pesquisas que resultem na elaboração de materiais didáticos e paradidáticos em diversas linguagens, bilíngues e monolíngues, conforme a situação sociolinguística e de acordo com as especificidades da Educação Escolar Indígena.
Em 2024, a Ação Saberes Indígenas na Escola ganhou uma nova roupagem na interface com o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada – CNCA. A minuta de Portaria da Ação Saberes Indígenas na Escola, que institui a Re-Co-SIE e a interface com o CNCA está em tramitação.
Em 2023, o investimento ficou em R$ 9.200.968,00 (9 milhões, duzentos mil e novecentos e sessenta e oito reais). Em 2024, o investimento é de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões), atendendo um total de 4 mil professores indígenas cursistas e 400 professores indígenas orientadores de estudos, que receberão a formação por meio de 50 IES.