Ex-presidente teria acionado aliados para vender itens e receber valores de volta, segundo a investigação
Por Sarah Teófilo
— Brasília
Em relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou o avião presidencial, sob alegação de viagem oficial, para enviar joias do acervo presidencial aos Estados Unidos. A PF indiciou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 10 pessoas no inquérito que apura o desvio de joias do acervo presidencial.https://8b518bf5b2aae1dbf7fbd08a5b087445.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html?n=0
- Segundo a PF: venda de joias pode ter custeado despesas de Bolsonaro nos EUA, e itens valiam R$ 25 milhões
- Em depoimento: Pai de Cid relatou à PF que Bolsonaro recebeu 68 mil dólares em espécie de ‘forma fracionada’
“Inicialmente, com a finalidade de distanciar e ocultar os atos ilícitos de venda dos bens das autoridades brasileiras e posterior reintegração ao seu patrimônio, por meio de recursos em espécie, o então presidente Jair Bolsonaro, com o auxílio de seu Ajudante de Ordens, Mauro Cesar Cid, utilizou o avião Presidencial, sob a cortina de viagens oficiais do então chefe de Estado brasileiro para, de forma escamoteada, enviar as joias aos Estados Unidos”, registra o relatório da PF.
Ainda de acordo com a PF, para desviar os itens do acervo presidencial, Bolsonaro acionou terceiros, “que agiram com consciência e vontade de reciclar o ‘capital sujo’, para que os proventos obtidos fossem reintegrados ao patrimônio do ex-presidente, com aparência lícita”, pontuou.
Já em território norte-americano, Cid assumiu a negociação e venda das joias, “por determinação do então presidente”, segundo a PF, “com o objetivo de ocultar o real proprietário e beneficiário final da venda dos bens”.