Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, essa é a pior seca do Solimões registrada em 42 anos.

Por Jornal Nacional

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Seca no Rio Solimões (AM) prejudica comércio na fronteira: Brasil, Colômbia e Peru

A seca do Solimões prejudica o comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru.

No sudoeste do Amazonas, em Tabatinga, fica a régua de medição das águas do Alto Solimões. Ela serve de base para as ações dos governos em toda a região.

Desde de agosto, com a descida brusca do rio, o monitoramento passou a ser feito com réguas que registram medições abaixo de zero em relação ao nível do mar. Nesta semana, o Solimões recuou, em média, 4 cm por dia e está 2,06 m negativos. Na época de cheia, em março, nesta semana região o rio ultrapassou os 10m.

Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru — Foto: Reprodução/TV Globo

Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru — Foto: Reprodução/TV Globo

Na tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru é onde se concentra o intercâmbio comercial entre os três países, ou seja, são por essas águas que as mercadorias passam e abastecem todas as cidades da região. Só que com o rio tão seco, as grandes embarcações não chegam e as que ainda conseguem atracar aumentaram muito os custos de frete.

No lado brasileiro, bem em frente a Tabatinga, as embarcações se unem durante a descarga dos produtos para vencer as dificuldades.

“Nenhum barco vem com a carga completa. Quando a carga vem completa, é um preço. Quando vem só pela metade, a gente tem que subir o preço porque a despesa é tirada daqui. Eu atraquei aqui com a ajuda dessa balsa aqui, para ela também descarregar aqui, porque se eu não encosto aqui, ela também não ia poder encostar, porque eles estavam bem carregados”, conta Manoel do Nascimento Cardoso, encarregado do barco.

Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru — Foto: Reprodução/TV Globo

Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru — Foto: Reprodução/TV Globo

Com muita carga, uma balsa levou 14 dias subindo o rio de Manaus – gastou três dias a mais que o normal porque teve que diminuir a velocidade para desviar os bancos de areia.

“Está muito difícil a navegação, tem muitos pontos que são críticos, é muito difícil. A gente só pode passar de dia, sondar para onde dá para passar para poder a gente chegar por aqui”, diz Francisco Rodrigues dos Santos, marinheiro da balsa.

Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru — Foto: Reprodução/TV Globo

Seca do Rio Solimões prejudica comércio nas fronteiras do Brasil com a Colômbia e o Peru — Foto: Reprodução/TV Globo

O porto público de Tabatinga e também o principal porto da cidade colombiana de Letícia estão inoperantes. No lado peruano, na ilha de Santa Rosa, um deserto onde antes passava o rio. Flutuantes e barcos estão encalhados e a faixa de areia só aumenta.

Segundo o SGB, o Serviço Geológico do Brasil, essa é a pior seca do Solimões registrada em 42 anos.

“Esse ano a gente está vendo que as chuvas não estão chegando. Então pode ser que ele continue baixando nas próximas semanas, com essa falta de chuva que vem acontecendo no Brasil. Ele pode atingir níveis mais baixos do que está hoje”, afirma Artur Matos, coordenador dos Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB.

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