Nos últimos dois dias, o Brasil concentrou 71,9% das queimadas da América do Sul. Investigações da PF apontam ações humanas coordenadas nos incêndios.
Com 71,9% das queimadas registradas na América do Sul nos últimos dias, o Brasil enfrenta uma grave situação ambiental. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do sistema BDQueimadas, revelam que o país teve 7.322 focos de incêndio até a sexta-feira (13/9), sendo seguido por Bolívia (11,2%), Peru (8,3%) e Argentina (4,3%).
A situação crítica no Brasil em relação às queimadas tem impacto direto nas regiões da Amazônia e do Cerrado, as mais afetadas. Mato Grosso registrou 1.379 focos, sendo o estado brasileiro com o maior número de incêndios, seguido por Amazonas (1.205) e Pará (1.001). O município de Cáceres (MT) é o mais atingido com 237 focos.
Desde o início de 2024, o Brasil acumula 180.137 focos de incêndio, representando 50,6% de todos os registrados na América do Sul. Esse número é 108% superior ao do mesmo período de 2023.
Possíveis ações coordenadas de queimadas
A Polícia Federal (PF) investiga a possibilidade de ações humanas coordenadas causando parte dos incêndios florestais, hipótese que também foi levantada pelo ministro do STF, Flávio Dino. A prática de uso do fogo para atividades agrícolas está proibida em áreas como o Pantanal e a Amazônia, com penas previstas entre dois a quatro anos de prisão.
Consequências das queimadas para a saúde
O aumento das queimadas tem afetado a qualidade do ar em diversas cidades, principalmente na Amazônia e no Cerrado. O Ministério do Meio Ambiente aponta a mudança climática como um fator intensificador dos incêndios, com secas prolongadas em mais de 58% do território brasileiro. As orientações são evitar atividades ao ar livre, especialmente para crianças e idosos.
Fotos: Ronaldo Siqueira do BNC