ANDRE VIOLATTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Em entrevista à CNN, o ex-chanceler brasileiro disse que não interessa ao Brasil ter entre os vizinhos “um país dividido ao meio”
“São muitas hipóteses. Não sei exatamente o que vai acontecer. Sei que o presidente Maduro realmente mandou para a Corte Suprema, que tem uma sala que eles chamam de sala eleitoral, uma câmara eleitoral”, disse.
Segundo Amorim, neste momento, estabelecer diálogo é o mais importante.
“Porque não interessa um país dividido ao meio, com conflitos potenciais muito grandes, que já ocorreram. Vamos lembrar, embora seja um fato distante, lá houve efetivamente um golpe de estado contra [Hugo] Chávez. Não é uma situação fácil, é uma sociedade muito dividida. Eu acho que a conversa e o diálogo são o melhor caminho”, completou.
O ex-chanceler também defendeu que o imbróglio envolvendo o resultado das eleições seja resolvido pelos países latino-americanos, sem interferências “extrarregionais”.
“[O governo brasileiro] Tem tido uma visão muito parecida com a do México e a da Colômbia, que são países diretamente interessados em resolver pacificamente essa situação”.
Até o momento, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, e pede a divulgação das atas de votação antes de qualquer posicionamento oficial.
“Acho difícil que o Brasil vá seguir o caminho dos Estados Unidos [de reconhecer a vitória de Edmundo]. Acho que um estudo mais próximo, não sei exatamente como, o nosso chanceler Mauro Vieira também está muito ativo nessas conversas. Eu acho que essas conversas podem nos indicar o caminho certo para encontrar a solução”, analisou o ex-chanceler brasileiro